quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Matemática: uma ciência elitista?


"Dou aulas há mais de 20 anos e nunca tive um aluno que fosse incapaz para a matemática. Já tive muitos que não ligavam à disciplina, mas nunca gente incapaz", recorda Fernando Nunes, docente da disciplina e presidente da APM. "Alguns orgãos de comunicação social até insinuam que os portugueses não são muito dotados nessa área. Não há nenhum dado científico que mostre isso! E a crise do ensino da matemática é planetária e não se passa só em Portugal!" mesmo a média dos exames nacionais do 12º ano, que ronda os 9,3 valores, não é largamente ultrapassada pelos nossos vizinhos europeus, afirma o presidente da APM.
Mas será verdade que os miúdos não gostam mesmo de matemática? Fernando Nunes adverte que, primeiro, há que definir 'miúdos'. "No pré-escolar e no primeiro ciclo não há grande rejeição e as crianças não têm problemas em com conteúdos matemáticos. Ela surge no 2º Ciclo (5º e 6º ano) e vai-se agravando nos anos seguintes. Temos mais notícias do ensino secundário, por causa dos exames nacionais. Talvez por isso as pessoas estejam convencidas de que a maior parte dos jovens não gosta de matemática.2
E quais as razões para esta antipatia?
"A matemática é apresentada de uma forma dura, como um instrumento de exclusão e selecção", diz Fernando Nunes. Uma disciplina que os alunos vêem como 'elitista', numa sociedade em que só os muitos inteligentes sobrevivem academicamente.
Outra das razões é a necessidade que os professores têm em apresentar esta ciência pelo ponto de vista da abstracção. O problema é que muitos alunos ainda precisam de exemplos concretos, de visualizar como é que as coisas se fazem, porque o raciocínio abstracto está ainda em formação. E os jovens têm dificuldade em perceber que, aquela disciplina chata que parece que nunca na vida lhes vai servir para alguma coisa, pode ser muito útil dentro de dois ou três anos. "Como professores, devemos preocupar-nos em apresentá-la como algo que possa ter significado na vida quotidiana dos alunos. Temos também que lhe dar uma componente de jogo, que lhes dê prazer." E o presidente da APM frisa ainda que, em vez dos professores privilegiarem a memorização de conceitos, deviam insistir em novas metodologias e estratégias de ensino.

Gostar de Matemática: Uma equação impossível?

De entre todas as disciplinas 'chatas' dos programas escolares, este é o monstro de sete cabeças dos nossos filhos. 
É preciso mostrar-lhe que a matemática é útil, necessária... e que pode até ser divertida.
Imagine que está numa festa cheia de gente. Um estranho pergunta a outro o que faz na vida. "Sou professor de matemática", responde. 
Ninguém estranhará , se a contra-resposta for: "Ah, sempre odiei matemática! Nunca tive boas notas e mal sei resolver uma equação." Mas se, em vez de um professor de matemática, a cena se passar com um português ou de literatura, os restantes convivas vão ofender-se se ouvirem: "Odeio livros, sempre tive más notas a português e mal consigo ler um jornal." Este é um cenário proposto num artigo intitulado 'The trouble with maths' (O problema com a matemática), publicado no conceituado jornal inglês 'The Guardian', da autoria do jornalista Jonh Grace. Este lança a polémica: se ser iletrado é um estigma social, porque é que a inaptidão para a matemática é tão bem compreendida?
Helena Martins, da Associação de professores de Matemática (APM), pode ser uma docente em início de carreira, mas já percebeu que a falta de gosto pela disciplina é cronicamente incentivada pela sociedade. "Não gostar de matemática é algo quase incentivado socialmente. Os pais dizem aos filhos, perante as más notas à disciplina: 'Não me admira que ele não seja bom a matemática. Eu também não era."

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Frases Matemáticas



Ser Matemático é compreender que se tem 2 pessoas em uma sala e saem 5,
é preciso que entrem 3 para que a sala fique vazia!!!!
Autor desconhecido

“(...)Se nós vivêssemos sem a Matemática, isso fazia com que fossemos regularmente enganados pelos outros(...)”
Nuno Miguel de Sousa Barreira         
11ºA  Escola Sec. Figueiró dos Vinhos 1997


Toda a educação científica que não se inicia com a Matemática é, naturalmente, imperfeita na sua base.
Auguste Conté

A Geometria é a arte de raciocinar sobre as figuras mal desenhadas.
A. Poincaré

Por toda a parte existe Geometria.
Platão

Um bom ensino da Matemática forma melhores hábitos de pensamento e habilita o indivíduo a usar melhor a sua inteligência.
Irene de Albuquerque

Com abelhas ou sem abelhas, os problemas interessantes da Matemática têm, para o pesquisador, a doçura do mel.
Ary  Quintela



Vídeo sobre os 35 camelos. Aproveitem!!!!

Problema dos 35 camelos


O Problema dos 35 camelos

Os números esclarecem a Vida mas enganam os homens.
Poucas horas havia que viajávamos sem interrupção, quando nos ocorreu uma aventura digna de registro, na qual meu companheiro Beremis, com grande talento, pôs em prática as suas habilidades de exímio algebrista.
Encontramos, perto de um antigo caravançará meio abandonado, três homens que discutiam acaloradamente  o pé de um lote de camelos. Por entre pragas e impropérios gritavam possessos, furiosos:
— Não pode ser!
— Isto é um roubo!
— Não acredito!
O inteligente Beremis procurou informar-se do que se tratava.
— Somos irmãos — esclareceu o mais velho — e recebemos, como herança, esses 35 camelos. Segundo a vontade expressa de meu pai, devo receber a metade, o meu irmão Hamed Namir uma terça parte o ao Harim, o mais moço, deve tocar apenas a nona parte. Não sabemos, porém, como dividir dessa forma 35 camelos e a cada partilha proposta, segue-se a recusa dos outros dois, pois a metade de 35 é 17 e meio. Como fazer a partilha se a terça parte e a nona parte de 35 também não são exatas?
— É muito simples — atalhou "o homem que calculava". — Encarrego-me de fazer, com justiça, essa divisão, se permitirem que eu junte aos 35 camelos da herança, este belo animal que, em boa hora, aqui nos rouxe! Neste ponto, procurei intervir na questão:
— Não posso consentir semelhante loucura! Como poderíamos concluir a viagem, se ficássemos sem o camelo?
— Não te preocupes com o resultado, ó bagdali! — replicou-me em voz baixa Beremis. — Sei muito bem o que estou fazendo. Cede-me o teu camelo e verás no fim a que conclusão quero chegar.
Tal foi o tom de segurança com que ele falou que não tive dúvida em entregar-lhe o meu belo "jamal", que, imediatamente, foi reunido aos 35 ali presentes, para serem repartidos pelos três herdeiros.
— Vou, meus amigos — disse ele, dirigindo-se aos três irmãos — fazer a divisão justa e exata dos camelos que são agora, como vêem, em número de 36.
E, voltando-se para o mais velho dos irmãos, assim falou:
— Deverias receber, meu amigo, a metade de 35, isto é, 17 e meio. Receberás a metade de 36 e, portanto, 18. Nada tens a reclamar, pois é claro que saíste lucrando com esta divisão!
E, dirigindo-se ao segundo herdeiro, continuou:
— E tu, Hamed Namir, deverias receber um terço de 35, isto é, 11 e pouco. Vais receber um terço de 36, isto é, 12. Não poderás protestar, pois tu também saíste com visível lucro na transação.
E disse, por fim, ao mais moço:
— E tu, jovem Harim Namir, segundo a vontade de teu pai, deverias receber uma nona parte de 35, isto é, 3 e tanto. Vais receber uma nona parte de 36, isto é, 4. O teu lucro foi igualmente notável. Só tens a agradecer-me pelo resultado!
E concluiu:
— Pela vantajosa divisão feita entre os irmão Namir — partilha em que todos três saíram lucrando — couberam 18 camelos ao primeiro, 12 ao segundo e 4 ao terceiro, o que dá um resultado (18+12+4) de 34 camelos. Dos 36 camelos, sobram, portanto, dois. Um pertence, como sabem, ao bagdali, meu amigo e companheiro, outro toca por direito a mim, por ter resolvido, a contento de todos, o complicado problema de herança!
— Sois inteligente, ó estrangeiro! — exclamou o mais velho dos três irmãos. — Aceitamos a vossa partilha na certeza de que foi feita com justiça e eqüidade!
E o astucioso Beremis — o "homem que calculava" — tomou logo posse de um dos mais belos "jamales" do grupo e disse-me entregando-me pela rédea o animal que me pertencia:
— Poderás agora, meu amigo, continuar a viagem no teu camelo manso e seguro! Tenho outro, especialmente para mim! E continuamos nossa jornada para Bagdá.


O Homem Que Calculava

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[Malba Tahan]

O livro apresenta de forma romanceada alguns problemas, quebra-cabeças e curiosidades da matemática. Em certa passagem narra, inclusive, uma das lendas da origem do jogo de xadrez. Ao longo da leitura também se vai conhecendo alguns costumes da cultura Islã.

Beremiz Samir, é o protagonista principal da história contada neste livro.

Vivemos em tempos difíceis pra uns e nem tanto pra outros.
Mas isto não impede que ponderemos e permitamos gostosas divagações sobre o assunto abaixo descrito.
Considerando os efeitos da aplicação da matemática no meio social em que vivemos; haveremos de concordar que é tão necessária quanto às coisas mais essenciais que necessitamos para sobreviver.
A exemplo do oxigênio, da água, da nossa alimentação, da nossa afetividade, etc.
Imaginemos quais formas teríamos à nossa volta, se nas circunstâncias que proporcionaram sua criação não tivesse sido feito uso da matemática.
Quanta coisa seria diferente.